
O Brasil registrou 685 acidentes envolvendo a rede elétrica em 2024, o menor número em oito anos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (22) pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee). O número representa uma redução de 12,4% em relação a 2023, quando foram contabilizados 782 ocorrências.
Apesar da queda geral, o número de mortes subiu de 250 para 257 em um ano, o que acende um alerta sobre a gravidade dos acidentes. Em 2024, além dos óbitos, foram registrados 224 casos com lesões graves e 204 com lesões leves.
Entre os principais causadores dos acidentes estão:
- Construção ou manutenção predial: 259 casos
- Cabo energizado no solo: 79
- Furto de cabos e equipamentos: 40
- Operações agrícolas: 36
Já entre os casos que resultaram em morte, os fatores mais recorrentes foram:
- Construção ou manutenção predial: 65 mortes
- Cabos energizados no solo: 37
- Furto de cabos: 29
- Operações em áreas agrícolas: 20
- Ligações clandestinas: 16
Tragédia no Tocantins
Um dos casos que chamou a atenção em 2024 ocorreu em Gurupi, região sul do Tocantins. Bonfim Pires de Souza, de 49 anos, morreu após passar um mês internado em razão de um choque elétrico. O acidente aconteceu no dia 16 de janeiro, quando Bonfim encostou em um poste de iluminação às margens da BR-153, ao tentar atravessar o canteiro da rodovia. Ele foi encontrado sem sinais vitais, mas reanimado pelos bombeiros. Infelizmente, não resistiu e faleceu no dia 25 de fevereiro. A situação reforça os alertas da Abradee para que a população nunca se aproxime de cabos caídos ou postes danificados, e sempre acione a concessionária responsável.
Campanha de prevenção
A Abradee lançou uma nova campanha de prevenção com o lema “Movimento zero acidentes. A segurança com a rede elétrica começa por você”, incluindo ações educativas, cartilhas, workshops e videoaulas voltadas principalmente aos profissionais da construção civil.
Segundo o presidente da Abradee, Marcos Madureira, grande parte dos acidentes está relacionada a desconhecimento dos riscos ou falhas no uso de equipamentos e procedimentos inadequados próximos à rede elétrica. “São situações que não podem ser negligenciadas pelos profissionais da área”, afirmou.
O papel das redes subterrâneas
Embora seja uma solução mais segura, a substituição de redes aéreas por redes subterrâneas esbarra no alto custo — cerca de oito vezes mais do que as redes tradicionais. A Abradee defende que essa medida seja adotada onde for tecnicamente viável e economicamente justificável, especialmente em áreas urbanas densamente povoadas.
Por: Warley Costa | Portal Imediato.