
Muitos empreendimentos da construção civil no Brasil enfrentam hoje um “apagão” de mão de obra especializada. Para Raphael Lafetá, presidente do Sinduscon-MG, a raiz do problema está na falta de interesse e preparo dos jovens que chegam ao mercado. “O filho do pedreiro não quer ser pedreiro. O filho do carpinteiro não quer ser carpinteiro”, observa Lafetá, em entrevista ao programa Chamada Geral, da Rádio Itatiaia.
Segundo ele, profissões liberais — como motorista de aplicativo ou entregador — e as novas tecnologias têm atraído os jovens, em detrimento das atividades tradicionais. Em 2024, o setor empregou cerca de três milhões de trabalhadores, número que já havia sido alcançado em 2011 e que hoje não cresce por falta de aptidão da nova geração.
Apesar de o salário de entrada na construção civil ser o segundo maior do país — atrás apenas do funcionalismo público e, às vezes, do setor de informática —, a oferta não é suficiente para despertar interesse. “O que falta são projetos que mostrem o futuro da carreira”, afirma Lafetá. Para ele, a construção oferece progressão: “É possível começar como pedreiro e, com estudo em engenharia, tornar-se engenheiro”.
Estratégias para reverter o cenário
- Capacitação e formação técnica: cursos profissionalizantes e parcerias com o setor educacional.
- Modernização dos canteiros: uso de ferramentas digitais, maquinário avançado e softwares de gestão.
- Campanhas de valorização: mostrar ao público jovem a segurança salarial e as oportunidades de crescimento na construção.
Para Lafetá, a própria tecnologia — apontada como parte do problema — será fundamental para atrair novas gerações. “Queremos mostrar que o serviço continua sendo de pedreiro, mas com ferramental diferente, material diferenciado e uso de informática no canteiro de obras”, conclui o presidente do Sinduscon-MG.
Por: Warley Costa | Portal Imediato.