Ator Ney Latorraca morre aos 80 anos no Rio de Janeiro

A notícia foi confirmada pela assessoria de imprensa da unidade hospitalar, que, a pedido da família, não divulgou detalhes sobre a causa da morte.

O ator Ney Latorraca, um dos maiores nomes do teatro e da televisão brasileira, faleceu na manhã desta quinta-feira (26) no Rio de Janeiro. Ele estava internado na Clínica São Vicente, em Botafogo. A notícia foi confirmada pela assessoria de imprensa da unidade hospitalar, que, a pedido da família, não divulgou detalhes sobre a causa da morte.

Uma vida dedicada às artes

Antônio Ney Latorraca nasceu em 25 de julho de 1944, em Santos, São Paulo, em uma família de artistas. Desde cedo, demonstrou talento e paixão pela arte. Sua estreia aconteceu ainda criança, aos seis anos, na Rádio Record.

No teatro, seu primeiro trabalho foi aos 19 anos, com a peça Pluft, O Fantasminha, de Maria Clara Machado. Ao longo de sua trajetória, Ney Latorraca consolidou-se como um dos grandes nomes da dramaturgia nacional, atuando em diversas emissoras, como Tupi, Cultura, Record e SBT, antes de se fixar na TV Globo, em 1975.

Personagens inesquecíveis

Um elenco estrelado, uma abertura em preto e branco no maior estilo dos filmes antigos e uma trama envolvente: “O Cravo e a Rosa” parece ter a fórmula do sucesso. Não à toa, a novela escrita por Walcyr Carrasco volta ao ar a partir da próxima segunda, dia 6, em uma edição especial. E quem celebra a notícia é Ney Latorraca, um dos personagens mais emblemáticos da história.

“É uma escolha muito acertada. A novela tem várias qualidades, uma história do Walcyr Carrasco baseada em Shakespeare, com direção de Walter Avancini, um elenco maravilhoso”

Exibida originalmente em 2000, a trama central narra as peripécias do romance conturbado de Petruchio (Eduardo Moscovis) e Catarina (Adriana Esteves), mas traz conflitos bem humorados e atuais em todos os núcleos, como é o caso de Cornélio, personagem de Ney, e Dinorá (Maria Padilha).

“O Cornélio entrou para a minha história (…) Ele não tem nenhuma exuberância, é um homem dominado pela sogra e pela mulher. O nome é maravilhoso: Cornélio já traz o estigma do personagem”

As peripécias de Dinorá (Maria Padilha) e Cornélio (Ney Latorraca) divertiram o público — Foto: Globo/Nelson Di Rago

A parceria entre os dois rendeu elogios do ator à colega de cena. “A minha relação com o elenco era incrível porque o Walter Avancini escolheu muitos atores de teatro. Ele foi sábio em colocar atores que vieram do teatro em todos os núcleos. É muito bom trabalhar com uma pessoa que você gosta, que você é fã. Eu amo a Maria Padilha, ela é minha amiga há muitos anos, foi um prato cheio trabalhar com ela nessa novela”, celebra.

Na trama, o personagem é traído pela mulher. E Ney não hesita ao escolher o momento dele na história, além de garantir que irá rever o clássico da teledramaturgia.

“A cena mais impactante, bonita e triste para mim, é quando o Cornélio descobre a traição. Eu revi essa cena outro dia e achei muito bem-feita e muito bem redigida”

“Eu vou assistir à novela todinha de novo, sou fã (…) Eu sou muito crítico, assisto pensando: “Se eu pudesse fazer de novo, faria diferente”, mas é assim mesmo. Me sinto feliz por ter trabalhado em uma novela que entrou para a história da TV brasileira”, conta

Eva Todor, Ney Latorraca, Maria Padilha em ‘O Cravo e a Rosa’ — Foto: Globo

Na Globo, Ney eternizou papéis que marcaram a história da televisão brasileira. Entre eles, o irreverente Barbosa, do programa de humor TV Pirata, e o icônico Conde Vlad, da novela Vamp. Com seu carisma, versatilidade e talento único, conquistou uma legião de fãs e o respeito de colegas e críticos.

Legado

Ao longo de mais de seis décadas de carreira, Ney Latorraca dedicou sua vida às artes, deixando um legado inestimável no teatro, cinema e televisão. Sua partida representa uma grande perda para a cultura brasileira.

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