
Duas semanas após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos e 8 meses de prisão, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixou o Brasil e fixou residência na Europa. Em entrevista ao canal AuriVerde, no YouTube, nesta terça-feira (3), a parlamentar confirmou sua saída e disse que pedirá afastamento do mandato sem vencimentos. Com isso, o suplente Coronel Tadeu (PL-SP) deve assumir a vaga na Câmara dos Deputados.
Zambelli, que possui cidadania italiana, evitou informar o país onde está vivendo, mas justificou a escolha da Europa com base em sua condição de cidadã europeia, o que dificultaria uma eventual extradição. Segundo ela, a decisão de deixar o Brasil também foi motivada pela condenação recente, que classificou como injusta.
“Eu poderia me entregar à Justiça e cumprir pena. Mas que Justiça é essa que prende uma cabeleireira por 14 anos e me condena a 10?”, questionou, ao citar o caso de Débora Santos, condenada por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A deputada foi condenada por envolvimento com o hacker Walter Delgatti, que invadiu sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a pedido da parlamentar. Ambos foram sentenciados também ao pagamento de R$ 2 milhões por danos morais coletivos. Além disso, Zambelli enfrenta outro processo no STF por ter sacado uma arma e perseguido um jornalista em 2022, episódio que também foi citado por ela na entrevista.
Durante a transmissão ao vivo, a parlamentar declarou que continuará sua atuação política à distância, a exemplo do que fez Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se licenciou do cargo e está nos Estados Unidos. Ela voltou a criticar o STF, o sistema eleitoral brasileiro e afirmou que está sendo vítima de perseguição política.
“Não estou abandonando o país. Estou resistindo. Aqui, fora do Brasil, posso falar o que penso sem risco de ser presa”, disse. Segundo Zambelli, suas redes sociais serão administradas por sua mãe, já que ela acredita que pode perdê-las devido às decisões judiciais. “Peço que sigam minha mãe, pois é por meio dela que vou continuar em contato com vocês”, afirmou.
A parlamentar ainda voltou a fazer ataques sem apresentar provas ao sistema eleitoral brasileiro, defendendo a implementação do voto impresso e da contagem pública dos votos. Em sua fala, criticou nominalmente ministros do STF e prometeu continuar atuando politicamente a partir do exterior.
Por: Warley Costa | Portal Imediato