O Censo Demográfico 2022 revelou uma mudança significativa na estrutura familiar brasileira: o número de mulheres responsáveis por domicílios cresceu, refletindo uma nova dinâmica social. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro, 49,1% dos responsáveis por lares são mulheres, totalizando 36 milhões, quase empatando com os 50,9% de homens, que somam 37 milhões. Em 2010, essa proporção era muito diferente, com apenas 38,7% de mulheres nessa posição.
Os dados mostram que em 10 estados, o percentual de mulheres responsáveis por lares supera 50%. Pernambuco lidera com 53,9%, seguido por Sergipe (53,1%), Maranhão (53,0%) e outros, incluindo Rio de Janeiro (52,3%) e Alagoas (51,7%).
O Censo também indicou um aumento no total de unidades domésticas no Brasil, que subiram para cerca de 72,5 milhões, um aumento de 15 milhões em relação a 2010. A média de moradores por domicílio caiu para 2,8, abaixo dos 3,7 de 2000 e 3,3 de 2010.
Marcio Mitsuo Minamiguchi, gerente de Estudos e Análises do IBGE, explicou que a designação de “pessoa responsável” é dada a quem é indicado pelos moradores. A pesquisa destacou também que, pela primeira vez, a proporção de pardos (43,8%) entre os responsáveis superou a de brancos (43,5%).
Além disso, a composição das unidades domésticas está mudando. O número de lares formados por casais sem filhos aumentou, enquanto a proporção de famílias nucleares com filhos diminuiu de 41,3% em 2010 para 30,7% em 2022. A pesquisa também observou um crescimento nas uniões homoafetivas, que representam 0,54% do total, um aumento significativo em comparação a 2010.
Em termos de demografia, o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul destacam-se como os estados mais envelhecidos, com altas proporções de unidades unipessoais, onde um único responsável vive na casa. O estudo traz à tona as transformações nas estruturas familiares e no perfil dos responsáveis pelos lares brasileiros, refletindo mudanças sociais e demográficas que estão moldando o país.
