Marinha intensifica operações de resgate e busca por desaparecidos após queda da Ponte Juscelino Kubitschek

Força-tarefa com bombeiros, mergulhadores, drones e equipamentos subaquáticos enfrenta dificuldades devido à profundidade e escombros na região da tragédia entre Tocantins e Maranhão.
Foto: Imediato News

A Marinha do Brasil segue, pelo oitavo dia consecutivo, as operações de busca e resgate das vítimas do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, ocorrido no dia 22 de dezembro, na divisa entre Aguiarnópolis e Estreito. O acidente, que resultou na queda de diversos veículos e caminhões no Rio Tocantins, continua a mobilizar uma força-tarefa composta por bombeiros, mergulhadores, drones e equipamentos subaquáticos, com o objetivo de localizar os desaparecidos.

A profundidade do rio, que pode chegar a aproximadamente 48 metros, e a grande quantidade de escombros dificultam as buscas. Neste domingo (29), as buscas foram iniciadas às 6h, e, na manhã do dia, mergulhadores retiraram dois corpos de veículos submersos. Um corpo foi encontrado em uma caminhonete, e outro dentro de um caminhão.

Além disso, um drone subaquático identificou um veículo de passeio a 44 metros de profundidade, e pelo menos um corpo foi localizado no interior do carro. Para a retirada do veículo, foi utilizada a técnica de mergulho dependente, com flutuadores para a reflutuação. Contudo, os trabalhos foram interrompidos às 20h10 devido à baixa visibilidade e às fortes correntes.

A operação conta com a participação do Corpo de Bombeiros dos dois estados, efetivo da Marinha, com 87 militares, além de 20 militares trabalhando remotamente em Belém (PA) no planejamento e logística. A equipe também é auxiliada por papiloscopistas e legistas para identificação e liberação dos corpos.

Detalhamento da operação

Em entrevista à TV Anhanguera, o almirante Coelho Rangel, coordenador das operações de busca e resgate e chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval da Marinha, detalhou os procedimentos de resgate. “Temos a equipe de mergulho autônomo, que vai mais rápido, e a equipe de mergulho dependente, que fica mais tempo submersa, colocando equipamentos. Além disso, temos robôs que auxiliam nas buscas subaquáticas”, explicou o almirante.

Além de corpos, a força-tarefa ainda busca por veículos, como uma caminhonete S-10 e um carro de passeio, além de partes de motos. Os robôs subaquáticos e sonar estão sendo fundamentais para localizar esses objetos e possíveis vítimas, mesmo diante dos desafios impostos pela grande quantidade de escombros.

Tecnologia de ponta na operação

Drones subaquáticos da Polícia Federal, Transpetro/Petrobras e da própria Marinha, além de embarcações e helicópteros da Secretaria de Segurança do Maranhão (SSP), têm sido usados na operação. Um dos equipamentos principais são os veículos subaquáticos operados à distância (ROVs), que permitem realizar buscas em áreas de difícil acesso, sem a presença dos mergulhadores.

“Nós estamos sendo guiados pelos robôs subaquáticos e pelos sonares, que ajudam a localizar os pontos de interesse para as buscas”, detalhou o almirante Rangel. Além disso, a Marinha também está utilizando o equipamento Sidescan Sonar para localizar os veículos submersos, tendo encontrado embalagens de agrotóxicos e tanques de caminhões carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas.

Dificuldades e cuidados

Apesar dos avanços, a operação ainda enfrenta desafios. “Há muitos escombros, como pedaços de concreto e vergalhões, que dificultam a navegação dos robôs”, explicou Rangel. Em um dos casos, um robô subaquático ficou preso, exigindo a intervenção dos mergulhadores.

Equipes de especialistas também monitoram a qualidade da água, garantindo que não haja contaminação por agentes químicos ou defensivos agrícolas. Os testes realizados no último sábado (29) confirmaram que as condições da água são favoráveis para as atividades de mergulho.

Mergulho em águas profundas

Para garantir a segurança dos mergulhadores, foi montada uma estação de mergulho flutuante no Rio Tocantins, com câmaras hiperbáricas para casos de acidentes em águas profundas. Este equipamento foi trazido da Força Aérea Brasileira (FAB) e é utilizado quando há risco de doença descompressiva.

“A câmara hiperbárica garante que os mergulhadores façam a descompressão de forma segura após a missão em grandes profundidades”, explicou Rangel.

Avanços e vítimas localizadas

Até agora, 11 óbitos foram confirmados, com 9 corpos resgatados e 2 corpos localizados. Seis pessoas continuam desaparecidas. Entre as vítimas, foram localizados os corpos de Lorranny Sidrone de Jesus, de 11 anos, Kecio Francisco Santos Lopes, de 42 anos, e Andreia Maria de Souza, de 45 anos. Outros corpos, como o de Ailson Gomes Carneiro (57 anos), foram encontrados no domingo (29).

A operação de resgate segue intensificada, com a esperança de localizar as vítimas desaparecidas e retirar os veículos submersos, em um esforço contínuo das autoridades e das equipes de resgate.

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