O Governo do Tocantins vai investigar as denúncias de crimes ambientais na região das Serras Gerais, trecho região sudeste do Tocantins, na divisa com o estado da Bahia. Segundo o governo, as denúncias são sobre crateras formadas na região e descartes irregulares de embalagens de agrotóxicos e pneus.
Neste sábado (4), a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) fez uma visita à cidade de Lavandeira e sobrevoou as áreas da cabeceira do Rio Palma entre os municípios de Aurora do Tocantins e o Riacho Bartolomeu, afluente da bacia do Rio Palma na região do Mosquito, para verificar a situação.
O estado também determinou que sejam feitas ações imediatas para avaliar a extensão dos danos ambientais e buscar uma solução rápida para o problema, inclusive com a identificação e punição dos culpados.
O secretário da Semarh, Marcello Lelis, disse que um relatório sobre a situação das Serras Gerais será feito pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) e entregue a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no dia 14 de novembro.
“Identificamos realmente a proximidade da lavoura onde houve a grande erosão, e a existência de descarte de embalagens de agrotóxicos e de pneus. A nossa missão agora é aguardar o relatório que o Naturatins vai preparar com as coordenadas e informações técnicas. No próximo dia 14 de novembro, em Brasília-DF, iremos entregar em mãos esse relatório ao presidente do Ibama e também à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Para que eles possam intermediar essa relação entre os dois estados, Bahia e Tocantins, visto que o problema afeta ambos”.
Uma das principais preocupações é a contaminação da água utilizada pela comunidade ribeirinha que vive próximo a área afetada.
“Tem famílias na região, próximo a principal erosão, e nossa preocupação é a qualidade da água, pois os agrotóxicos escorrem para as nascentes. Mas tenho certeza que o governador Wanderlei Barbosa, o secretário Marcello Lelis, juntamente com o presidente do Naturatins que deram início ao processo de fiscalização vão conseguir uma solução imediata para reverter essa situação que afeta diretamente a população de Lavandeira e municípios vizinhos”, contou o presidente da ONG Voz Ambiental, Bernardino Rodrigues, um dos responsáveis por realizar a denúncia de crime ambiental.
O presidente do Naturatins, Renato Jayme, informou que na região foi descumprido a determinação prevista no código florestal, na qual estabelece uma distância de 100 metros para as áreas de preservação permanentes em bordas, chapadas e tabuleiros.
“Neste caso, nossas equipes constataram que essa distância não foi respeitada. O relatório completo da inspeção será apresentado as autoridades nacionais para que providências como a retirada das embalagens de agrotóxicos, dos pneus e a recomposição da área degradada sejam tomadas. Além da punição exemplar dos culpados”.
Segundo o Governo do Tocantins, os órgãos ambientais baianos e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já foram acionados.