O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Instituto Nacional do Semiárido (Insa) estão fortalecendo a parceria para o desenvolvimento de tecnologias sociais que podem ser usadas no combate à fome e à insegurança alimentar. Os projetos foram apresentados nesta terça-feira (28) pela diretora do Insa, Mônica Tejo Cavalcanti, ao secretário indicado de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, Inácio Arruda.
Segundo a diretora do Insa, entre as tecnologias sociais implantadas para a convivência com a seca está o projeto Saneamento Ambiental e Reuso de Água (SARA), que utiliza águas cinzas e negras para irrigação, a partir da tecnologia de cisternas de produção associadas a sistemas de energia fotovoltaica. Com isso, o Insa trabalha na difusão da cultura da palma resistente a Cochonilha-do-Carmim, além do cultivo de espécies frutíferas, madeireiras e forrageiras.
De acordo com Mônica Tejo, mais de 80 unidades familiares do SARA já foram implantadas em todo o semiárido e outras 100 serão efetivadas em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA). O projeto visa diminuir a vulnerabilidade hídrica da agricultura familiar, permitindo o cultivo agrícola sem interrupções e a melhoria da renda das famílias agricultoras.
“O Insa possui tecnologias desenvolvidas para que a gente possa, cada vez mais, adequar a ciência e a tecnologia como ferramentas no combate à fome, principalmente na região semiárida brasileira”, disse a diretora do Insa.
Ela lembrou que o instituto trabalha as culturas regionais para desenvolver vocações e arranjos produtivos locais mais desenvolvidos e otimizados, programas de aceleração de empreendimentos rurais que aumentem a receita líquida desses empreendimentos, aumentando a renda dos agricultores familiares. “Assim, a gente consegue promover o desenvolvimento regional com maior capacidade de compra e de produção de alimento e de melhoria na qualidade de vida dessas pessoas.”
Indicado para a Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda ressaltou a importância do semiárido para o suprimento alimentar para os rebanhos da região. “O semiárido, aparentemente, é visto como uma região frágil e vulnerável, mas é de enorme riqueza. Ele é forte e capaz de dar retorno quando você usa tecnologias avançadas e desenvolvidas dentro da própria região”, explicou.
Segundo ele, o Insa também pode se transformar em espaço de formação de empresas agrícolas tecnológicas, a exemplo das startups, para o fortalecimento dos arranjos produtivos locais.