Após episódios de agressão, armas artesanais são encontradas dentro do Case de Palmas durante vistoria

Inspeção o Centro de Atendimento Socioeducativo aconteceu nesta terça-feira (14). Associação dos servidores do sistema cobra mais segurança nas unidades.
Objetos que poderiam ser usados como armas foram recolhidos do Case de Palmas nesta terça-feira (14) — Foto: Divulgação

Depois de dois episódios de agressões dentro do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Palmas em menos de uma semana, a unidade passou por uma vistoria na manhã desta terça-feira (14). Foram encontradas diversas armas artesanais que estavam com menores que cumprem medidas socioeducativas.

Na manhã de segunda-feira (13), um servidor do Case foi atacado por dois adolescentes e um deles o feriu no peito com uma espécie de faca artesanal. A vítima precisou de atendimento médico e por pouco o objeto não atingiu o pulmão. No dia 8 de março, uma briga entre internos deixou duas pessoas feridas. As vítimas foram um dos adolescentes e um agente de segurança socioeducativa da unidade.

O servidor contou que o adolescente o perseguiu até a área da administração e o golpeou. “Até que conseguiu chegar até mim e eu me defendi. Tentei me defender como eu podia”, relatou, sobre o momento do ataque.

Materiais são usados como armas dentro da unidade — Foto: Divulgação

Sobre o episódio e agressão, o presidente da Associação dos Servidores do Sistema Socioeducativo do Tocantins (Assoeto), Marcos Antônio da Silva Junior, confirmou que houve a vistoria e que a quantidade de armas encontradas eram “suficientes para colocar em risco a vida dos socioeducandos e dos agentes de segurança”. Também disse que faltam equipamentos de segurança para os que trabalham nas unidades.

“Faltam coletes, faltam tonfas, capacetes, espargidor. Numa situação dessa a gente poderia ter o espargidor, para conter essa situação de crise. Hoje nós só temos os corpos dentro das unidades. Numa situação dessa você não tem como se defender”, reclamou o presidente.

Um dos objetos encontrados no Case de Palmas — Foto: Divulgação

“O Estado precisa tomar providências, pois a situação está insustentável. Esses materiais perfurocortantes colocam em risco real de morte tanto os adolescentes, que a maioria são faccionados, ou seja de facções rivais, e os agentes de segurança socioeducativo, que não tem EPIs pra se defenderem em caso de situações de crise, motim”, completou Marcos Antônio.

O que diz a Seciju

Em nota, a Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) também confirmou que houve a inspeção e disse que as vistorias para coibir esse tipo de material nas unidades são realizadas periodicamente, a fim de garantir maior segurança no Sistema Socioeducativo. A pasta disse que não foi encontrado nenhum material oriundo de fora da unidade, e que foram aprendidos apenas objetos artesanais.

Além disso, destacou que possui um plano de segurança, publicado em portaria em março de 2022, em que estabelece “diretrizes para rotinas de segurança interna, externa e preventiva nos Centros de Internação e nas Unidades de Semiliberdade a partir das normativas legais estaduais, nacionais e internacionais”.

Sobre a reclamação de falta de equipamentos de segurança, a pasta explicou que esclarece que o processo de aquisição de novos uniformes para os agentes de segurança socioeducativo está em andamento. Já os equipamentos citados pelo representante dos agentes do sistema socioeducativo, a Seciju esclareceu que é preciso regulamentação para uso, em função do atendimento prestado aos adolescentes.

Sobre o trauma enfrentado pelos servidores, a pasta também informou está prestando aos envolvidos todo o suporte psicológico.

FONTE: G1 TOCANTINS

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