
A ex-vereadora e vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (SINTET) Regional de Araguaína, Silvinia Pires, foi retirada à força do plenário da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (10). A ordem partiu do presidente da Casa, vereador Marcos Duarte, enquanto ela protestava contra um projeto de lei que prevê a retirada de direitos dos servidores públicos.
Silvinia tentava se pronunciar contra as mudanças que podem extinguir benefícios como quinquênio, licença-prêmio e adicional de insalubridade. Ignorada pelo presidente, insistiu em ser ouvida, mas foi interrompida por seguranças, sob a justificativa de que havia descumprido o Regimento Interno. Durante a ação, Marcos Duarte declarou: “Aqui não é sua casa.”
O episódio foi registrado em vídeo, rapidamente viralizando nas redes sociais e despertando indignação entre servidores e apoiadores da causa.
Reação do SINTET e mobilização
O SINTET convocou os servidores para uma nova mobilização nesta quarta-feira (11), que lotou o plenário da Câmara de Araguaína. Com faixas e cartazes, os trabalhadores reforçaram a luta contra a aprovação do projeto de lei. A manifestação ganhou visibilidade nos veículos de imprensa locais e recebeu apoio de profissionais das áreas de saúde e educação.

Rosy Franca, presidente do SINTET Regional, classificou o projeto como “um presente de grego do prefeito Wagner Rodrigues” e garantiu que a categoria está mobilizada. “Esse projeto é uma afronta aos direitos conquistados com muita luta. Vamos continuar pressionando os vereadores e exigindo respeito aos servidores,” afirmou.
Segundo Silvinia Pires, o projeto prevê a extinção da licença-prêmio após cinco anos de trabalho, do quinquênio e do adicional de insalubridade. Ela criticou a forma como o texto foi apresentado: “Recebemos a informação sobre o projeto de forma repentina, sem tempo para uma análise ampla. Fui até a Câmara para reivindicar os direitos dos servidores do município.”
Ainda de acordo com Silvinia, a tentativa de falar no plenário foi barrada de forma abrupta: “Luto pelos direitos dos trabalhadores públicos de Araguaína. Não aceitaremos essa retirada.”
O que diz a Câmara?
Em nota oficial, a Câmara Municipal alegou que a ex-vereadora desrespeitou as normas ao ocupar espaço reservado aos parlamentares no plenário, o que teria prejudicado o andamento da sessão. “Reiteramos nosso compromisso com a transparência e a participação popular, desde que as regras sejam respeitadas,” informou o documento.
Enquanto o projeto segue em análise, os servidores prometem intensificar os protestos, reafirmando que não abrirão mão de direitos históricos conquistados ao longo dos anos.