Araguaína é a primeira cidade do Tocantins a adotar uma nova tecnologia sustentável no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) iniciou a instalação de dispositivos biotecnológicos chamados Aedes do Bem™, que têm como objetivo reduzir a população do mosquito de maneira eficaz e sem riscos à saúde humana ou animal.
As novas caixas, instaladas em pontos estratégicos de 14 bairros da cidade, contêm ovos de mosquitos machos geneticamente modificados. Esses machos, ao se reproduzirem com as fêmeas, garantem que apenas descendentes machos cheguem à fase adulta, o que diminui a população de fêmeas – as responsáveis pela transmissão das doenças. O projeto utiliza uma característica autolimitante da espécie para controlar a proliferação do vetor, de forma natural e sustentável.
Tecnologia Sustentável e Segura
As caixas Aedes do Bem™ foram desenvolvidas pela multinacional britânica Oxitec, que usa uma tecnologia inovadora para criar mosquitos que não picam seres humanos. “Esses machos não se alimentam de sangue. Eles se alimentam de néctar e seiva de plantas, o que os torna totalmente inofensivos para as pessoas”, explicou Tayalla Lopes, superintendente de Vigilância em Saúde de Araguaína. A tecnologia foi aprovada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em 2020 e, após a instalação, as caixas serão reabastecidas mensalmente com novos ovos.
Com o objetivo de garantir o sucesso do programa, o CCZ orienta a população a não mexer nas caixas e a preservar os dispositivos, pois sua eficácia depende da integridade dos mesmos. Além disso, o município realizará o monitoramento contínuo da população de mosquitos, por meio da captura e análise de amostras em laboratório, para avaliar os resultados do novo método de controle.
Resultados Promissores
Os primeiros sinais de sucesso dessa tecnologia são bastante promissores. Em cidades que já adotaram a tecnologia, como em diversas regiões do Brasil, o Aedes do Bem™ demonstrou uma redução de até 96% na população de Aedes aegypti. Em Araguaína, a expectativa é alcançar uma redução de cerca de 90% na quantidade de mosquitos, o que resultaria em uma significativa diminuição das doenças transmitidas por eles.
O aumento nos casos de dengue em 2024, com um crescimento de 43% em relação ao ano anterior, tornou ainda mais urgente a implementação dessa tecnologia. A Secretaria de Saúde do município, em parceria com a empresa responsável pelo fornecimento da biotecnologia, fará o acompanhamento e a análise dos dados de captura para avaliar o impacto da intervenção.
Educação e Prevenção
Além das caixas, o CCZ continuará com as atividades tradicionais de combate ao mosquito, como a eliminação de focos de proliferação nas residências. Para reforçar a conscientização da população, os agentes de endemia irão realizar ações educativas nos bairros, orientando os moradores sobre o novo projeto e sobre medidas preventivas contra o Aedes aegypti. O trabalho também será estendido às escolas, para engajar crianças e adolescentes na luta contra a proliferação do mosquito.
Araguaína aposta na inovação e na colaboração de toda a população para vencer mais um desafio na saúde pública e tornar-se referência no uso de tecnologias sustentáveis para combater doenças transmitidas pelo mosquito. A população é chamada a participar ativamente, zelando pelas caixas e adotando medidas de prevenção em suas residências.
Saiba mais:
- Não mexa nas caixas instaladas nas áreas públicas;
- Continue eliminando focos de água parada em sua casa;
- Participe das ações educativas promovidas pelos agentes de endemia.
Com a ajuda de todos, Araguaína pode se tornar um exemplo de sucesso no combate ao Aedes aegypti e nas suas consequências para a saúde pública.