Na última sessão da 7ª temporada do Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Araguaína, iniciada nesta terça-feira (24), o juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra decidiu desmembrar o processo criminal envolvendo a morte do advogado Danillo Sandes Pereira, ocorrida em julho de 2017. O julgamento do último acusado, o farmacêutico Robson Barbosa da Costa, está agendado para 3 de dezembro.
Durante a abertura da sessão, que visava julgar também o cabo da Polícia Militar do Pará, João Oliveira Santos Júnior, e o farmacêutico Robson Barbosa, a defesa de Santos Júnior solicitou a oitiva de uma testemunha que não estava presente, um policial militar que se encontrava de férias. O juiz acolheu o pedido, considerando a testemunha essencial conforme o parágrafo 1º do artigo 461 do Código de Processo Penal.
Contexto do Crime
A denúncia aponta que João Oliveira Santos Júnior, Rony Marcelo Alves Paiva e o ex-policial Wanderson Silva de Sousa teriam agido como um grupo de extermínio contratado por Robson Barbosa para assassinar o advogado.
De acordo com a acusação, após a renúncia de Danillo, ele obteve medidas judiciais que obrigaram Robson a voltar a trabalhar em drogarias no Pará. Insatisfeito, Robson planejou o assassinato, contratando o grupo por R$ 40 mil, sendo R$ 20 mil pagos adiantados.
Danillo havia deixado o caso de inventário do pai de Robson, alegadamente por pressões para sonegar bens e valores.
O crime ocorreu em junho de 2017, quando Danillo foi atraído para um encontro sob o pretexto de discutir o “inventário”. Ele foi assassinado com dois tiros na nuca na Rodovia TO-222 e seu corpo abandonado em um matagal, sendo encontrado quatro dias depois.
A investigação revelou que a segunda parcela do pagamento foi realizada em Marabá, e uma análise do sigilo telefônico da vítima levou à descoberta de um celular vendido a Robson, que foi utilizado para contatar os executores do crime. Robson colaborou com a justiça em um acordo de delação premiada, detalhando os crimes e os envolvidos.
Condenações Anteriores
Em 21 de setembro de 2022, dois dos réus foram condenados. Rony Marcelo Alves Paiva recebeu uma pena de 25 anos, 2 meses e 14 dias de reclusão, além da perda do cargo na Polícia Militar. Wanderson Silva de Sousa foi condenado a 26 anos, 5 meses e 14 dias de reclusão, juntamente com o pagamento de 14 dias-multa.
Andamento do Julgamento
A sessão atual prossegue exclusivamente para o julgamento de Robson Barbosa da Costa, e a 1ª Vara Criminal espera concluir o processo na tarde de quarta-feira (25).