O Tocantins registrou, na noite deste domingo (10), a primeira morte por raiva humana em sete anos. O paciente, Gilmar Sampaio da Silva, de 50 anos, morador da zona rural de Alvorada, no sul do estado, estava internado no Hospital Regional de Gurupi (HRG) desde o dia 22 de outubro, quando foi inicialmente diagnosticado com suspeita da doença. A confirmação do diagnóstico de raiva humana foi feita no dia 30 de outubro, após análise laboratorial do Instituto Pasteur, em São Paulo, que identificou a variante AgV 3, transmitida por morcegos.
Gilmar passou 20 dias internado, recebendo tratamento especializado, mas não resistiu e faleceu após complicações decorrentes da infecção. Este é o único caso confirmado de raiva humana no Tocantins em 2024, sendo o último registrado no estado em 2017.
Tratamento e Ações de Prevenção
Durante sua internação, Gilmar recebeu tratamento conforme os protocolos do Ministério da Saúde, com o envio de medicação especial ao HRG. A equipe médica foi assessorada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, para acompanhar o caso de forma especializada. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) do Tocantins acompanhou de perto o tratamento e as investigações, com apoio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), que realiza a investigação dos possíveis reservatórios da doença.
A SES também reforçou ações preventivas em Alvorada, município onde o paciente residia. Após a confirmação do caso, equipes da Adapec realizaram vistorias na região, com foco na imunização de animais e na avaliação de riscos para a população. Relatório detalhado sobre a situação será divulgado assim que finalizado.
Prevenção e Vacinação
A raiva humana é uma doença infecciosa causada por um vírus transmitido principalmente pela saliva de animais infectados, como morcegos, cães e gatos. A transmissão ocorre principalmente por meio de mordeduras ou arranhões de animais contaminados. Para prevenir a infecção, é fundamental que tanto os humanos quanto os animais domésticos sejam vacinados contra a raiva.
O governo estadual tem intensificado as campanhas de vacinação antirrábica em diversas cidades do estado, com foco na imunização de cães e gatos, animais que também podem servir como vetores do vírus. A vacinação de animais domésticos é uma medida essencial para evitar a propagação da doença para seres humanos.
Sintomas e Riscos
Os sintomas da raiva em humanos podem demorar a aparecer, com o período de incubação podendo variar entre 20 e 45 dias, dependendo da gravidade da mordedura e da localização da lesão. Os primeiros sinais podem incluir mal-estar geral, febre baixa, dor de cabeça, dor de garganta, fraqueza, perda de apetite, e sintomas de angústia.
Em casos mais avançados, os pacientes podem apresentar sintomas graves como ansiedade, delírios, espasmos musculares involuntários, convulsões e paralisia. A raiva é uma doença quase sempre fatal após o surgimento dos sintomas graves, com a morte podendo ocorrer em até uma semana.
A SES reforça que a vacinação de animais e a busca imediata por tratamento após a exposição ao vírus são essenciais para prevenir mortes. Em casos de mordeduras ou arranhões por animais suspeitos de estarem infectados, é importante procurar atendimento médico rapidamente para iniciar o tratamento com a vacina antirrábica.
Investigação e Monitoramento
A SES segue acompanhando a evolução da situação e investiga possíveis novos casos em humanos e animais. A atuação conjunta das autoridades de saúde e de defesa agropecuária continua sendo crucial para conter a disseminação do vírus e proteger a população tocantinense.
Com a morte de Gilmar Sampaio da Silva, o Tocantins reforça a necessidade de vigilância constante e da implementação das medidas de prevenção contra a raiva, visando evitar novos casos da doença e proteger a saúde pública no estado.