Martinho Gomes de Souza Neto, um médico de 32 anos doTocantins, foi detido nesta quarta-feira (1º de março) no Rio de Janeiro, após uma paciente acionar a polícia e denunciar que sofreu abuso sexual durante um exame.
O abuso
De acordo com a denúncia, o caso aconteceu por volta das 19h em uma clínica em Copacabana. A vítima de 26 anos, contou à polícia que foi à clínica para realizar uma mamografia, mas o médico a convenceu a fazer um exame ginecológico, dizendo que seria grátis.
A mulher relatou que o médico teria dito que constatou a presença de um cisto durante o exame, mas afirmou que não era possível visualizar um dos ovários. Para que isso fosse possível, seria necessário que a paciente estivesse excitada e que ela precisava se estimular sexualmente.
A mulher então atendeu ao pedido, porém, o radiologista teria dito então que ela estava se tocando “de forma incorreta” e disse que ele mesmo poderia continuar a estimulação. A paciente relatou que, confiando no profissional, deixou ele a estimular, porém, notou que ele não estava usando luvas.
Naquele instante, a vítima lembra que o médico perguntou “se ela gostava” e posicionou uma cadeira atrás da entrada. Ela disse ainda que viu uma das recepcionistas tentando entrar no consultório, queria sair mas foi segurada pelo braço pelo médico.
Quando a recepcionista bateu à porta novamente, a vítima conta que o médico abriu a porta e ela tentou estabelecer contato visual com a funcionária mas foi ignorada. A jovem digitou no celular uma mensagem que dizia “Acho que ele abusou de mim” e a mostrou para a recepcionista, que segundo ela, não esboçou nenhuma reação.
Logo depois do ocorrido, o médico pediu que a vítima fosse à sala dele, falando que tinha exames para lhe entregar. Porém, ela recusou e foi para a recepção onde um amigo a esperava e pediu apoio ao amigo para que a levasse a uma delegacia.
Martinho pediu para que “os assuntos fossem tratados ali mesmo“, porém ela se dirigiu à 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana) para relatar o ocorrido.
A prisão
Preso em flagrante, o médico foi ouvido na presença de um advogado e negou qualquer abuso. Ele afirmou que a conduta era típica para esse tipo de exame. Diante dos fatos, o delegado que estava de plantão representou a prisão preventiva, que será julgada pela Justiça na audiência de custódia.
O radiologista Martinho foi acusado de importunação sexual mediante fraude. Ainda segundo a Polícia Civil, contra ele pesa outra acusação de assédio, contra uma mulher que foi abusada sexualmente em uma clínica no dia 21 de setembro de 2020, ou seja, não é a primeira vez que ocorre uma queixa dessa natureza contra o profissional.
Em 2016, Martinho Neto concluiu seus estudos de medicina no Itpac, em Porto Nacional (TO). Em seu currículo também consta que ele trabalhou na instituição. Além disso, atuou também em Goiânia (GO) e Uruaçu (GO) e atualmente o profissional reside no Rio de Janeiro, porém sua família vive no Tocantins.
Corpo de delito
A mulher vítima do atual abuso, é brasileira mas reside nos Estados Unidos e estava de passagem pelo país. Ela foi conduzida pelos policiais ao Instituto Médico Legal (IML) para realizar o exame de corpo de delito.
