MPTO cobra melhorias urgentes na saúde mental em Palmas após constatar falhas graves nos Caps

Vistorias revelaram falta de medicamentos, estrutura precária e ausência de profissionais nas unidades; município promete ações até agosto, e Ministério Público acompanhará de perto os prazos.
Imediato News


O Ministério Público do Tocantins (MPTO) está cobrando providências imediatas da Prefeitura de Palmas para garantir um atendimento digno na rede de saúde mental da capital. A cobrança ocorre após denúncias e inspeções realizadas nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps II e Caps AD III), onde foram encontradas falhas graves que comprometem o tratamento de pacientes com transtornos mentais.

Durante audiência administrativa realizada no último dia 29 de maio, conduzida pelo promotor de Justiça Thiago Vilela, da 19ª Promotoria de Justiça da Capital, a Secretaria Municipal de Saúde apresentou compromissos para sanar os problemas apontados. Participaram da reunião a secretária municipal Dhieine Caminski e equipes técnicas do MPTO e da gestão municipal.

Entre as medidas prometidas pela Prefeitura estão:

  • Mudança de sede do Caps II até 30 de junho, com a garantia de mobiliário adequado;
  • Contratação e lotação de novos profissionais, como psiquiatras e psicólogos, até o dia 15 de agosto;
  • Adoção de um novo modelo de licitação para aquisição de medicamentos, a fim de resolver falhas no abastecimento de itens essenciais.

O MPTO acompanhará todos os prazos e ações anunciadas, com o objetivo de garantir que as melhorias saiam do papel.

Irregularidades graves

Dicom/MPTO

As providências foram motivadas por vistorias feitas pelo próprio promotor Thiago Vilela nos dias 22 e 28 de maio, após denúncias sobre falhas constantes no atendimento psicossocial. As inspeções nos Caps II e Caps AD III revelaram:

  • Falta de medicamentos essenciais, como Citalopram, Sertralina, Quetiapina e Risperidona;
  • Déficit de profissionais, com ausência de psiquiatra em tempo integral, psicólogos, educador físico e artesão;
  • Estrutura física inadequada, especialmente no Caps II, colocando em risco a dignidade e a eficácia do atendimento.

“Essas falhas colocam em risco a continuidade dos tratamentos e expõem a fragilidade da política pública de saúde mental em Palmas”, alertou o promotor.

Cobranças na Câmara Municipal

Ainda no dia 29, durante audiência pública na Câmara de Vereadores sobre a prestação de contas do Sistema Único de Saúde (SUS), o promotor Thiago Vilela voltou a cobrar da gestão municipal respostas sobre a assistência farmacêutica, a situação dos Caps e a escassez de médicos especialistas.

“A prestação de contas não pode ser uma formalidade burocrática. É uma ferramenta essencial para que a sociedade fiscalize o uso dos recursos públicos”, destacou.

Vilela reforçou que o MPTO permanecerá atento e que, se necessário, adotará medidas extrajudiciais e judiciais para responsabilizar gestores e garantir que o SUS cumpra seu papel de cuidar da população.

“Não vamos tolerar omissões. A saúde mental precisa ser tratada com a seriedade que merece”, concluiu o promotor.

Por: Warley Costa | Portal Imediato.

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