
O desembargador João Rigo Guimarães, do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO), indeferiu na noite deste domingo (15) o Habeas Corpus impetrado pela defesa do ex-governador Mauro Carlesse (Agir), mantendo a decisão de primeiro grau que decretou sua prisão preventiva. Carlesse foi detido na manhã do mesmo dia.
De acordo com a decisão do desembargador, “presentes os requisitos legais e evidenciada a necessidade da medida para resguardar a instrução criminal e a aplicação da lei penal”. O magistrado ainda destacou que “os elementos que fundamentam o decreto prisional são categóricos: diálogos interceptados comprovam preparativos concretos para evasão, incluindo obtenção de documentos de identidade uruguaia, tratativas para conta no exterior, aluguel de imóvel na Itália e posse de passaporte italiano”.
Articulação criminosa e padrão sistemático
Guimarães afirmou que as investigações apontam para um “padrão sistemático de atuação criminosa” de Carlesse, envolvendo múltiplos setores da administração pública. O desembargador mencionou a ligação do ex-governador com pelo menos três operações distintas: Operação PlanSaúde, Operação ‘Flagrante Forjado’ e Operação Caninana. Todas elas têm indícios de envolvimento do investigado, segundo o Ministério Público.
O magistrado ressaltou que as evidências vão além de simples presunções e caracterizam “uma sofisticada articulação para potencial evasão do país”.
Prisão por suspeita de fuga
Conforme o Ministério Público do Tocantins (MPTO), a prisão aconteceu devido a indícios de que Carlesse teria um possível plano de fuga para o exterior. Como o caso está em sigilo judicial, o teor da investigação não foi divulgado pelo órgão.
Após a prisão, Mauro Carlesse foi levado para realizar exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Gurupi e, em seguida, foi encaminhado para a Unidade Penal da cidade até sua audiência de custódia.
Onde Carlesse está detido
Atualmente, Mauro Carlesse está preso no Batalhão Geral da Polícia Militar do Tocantins, em Palmas, em uma sala especial.
Mandado também contra Claudinei Quaresemin
Além da prisão de Mauro Carlesse, a Justiça expediu outro mandado contra Claudinei Quaresemin, também investigado por envolvimento em um esquema de corrupção. Ele já está preso por outra investigação, a Operação Overclean, deflagrada no dia 10 de dezembro.
De acordo com a Polícia Federal, Claudinei teria atuado em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro quando ocupava o cargo de secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins. Até o momento, o Portal Imediato tenta localizar a defesa de Claudinei Quaresemin.
Nota do ex-governador Mauro Carlesse
O ex-governador Mauro Carlesse informa à população tocantinense que recebeu a notícia da prisão com indignação, pois não é condenado em nenhum processo e nem possui qualquer proibição de ir e vir, estando em pleno gozo de todos os seus direitos fundamentais, principalmente o de ir e vir.
Quando requisitado, sempre responde à Justiça com advogado constituído e colabora com as informações solicitadas. Mauro Carlesse afirma que sempre esteve à disposição da Justiça e assim permanecerá. Sua defesa irá apresentar o pedido de revogação da prisão.