
O registro de homicídios com ligação a briga de facções em Palmas deu uma ‘pausa’ nos últimos dias, segundo a Polícia Civil. Após a prisão de suspeitos investigados por envolvimento em crimes, não há este tipo de morte há pelo menos 18 dias.
A última prisão aconteceu na manhã desta quarta-feira (17) ao deflagrar a Operação Vilis. Um homem investigado por envolvimento na morte de Leonardo Alves de Souza, em outubro do ano passado, foi identificado depois de um adolescente, que também teria envolvimento, postou uma mensagem de arrependimento nas redes sociais, pedindo perdão a Deus. A vítima morreu enquanto caminhava pela Arne 61, na região norte de Palmas.
Segundo o delegado Eduardo Menezes, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a sequência de prisões têm dado resultado. “Estamos há 18 dias sem nenhum homicídio na cidade relacionado a facção criminosa. Então as prisões dos membros confirmam que era guerra de facções e refletem no menor índice de criminalidade e número de homicídios”, afirmou.
Sobre a morte de Leonardo, que aconteceu no dia 28 de outubro, o delegado explicou que possivelmente houve uma ordem para a execução e essa é uma prática comum do meio, relacionadas a vingança.
“A ordem do dia 28, especificamente, foi ‘decretada’ por conta da morte de uma liderança dessa facção praticada por esse bando rival. Então há sempre um motivo especial por conta dessa rivalidade. Por conta do avanço no território do inimigo, em relação a boca de fumos, à prática de um homicídio, em relação a delação de algum indivíduo à polícia. Há sempre um motivo especial”, disse Eduardo.

Mesmo que sejam mortes relacionadas a criminalidade, o delegado ressaltou que todos os casos são investigados. “São pessoas, têm o direito à vida. E isso gera uma sensação de insegurança, um clamor público desconfortável para a população. A intenção dessa sequência de prisões foi retornar à sensação de normalidade”, completou a autoridade.
Investigação e arrependimento
De acordo com a Polícia Civil, todos os envolvidos têm envolvimento com o tráfico de drogas e participavam de facções criminosas rivais. Conhecido como Perninha, a vítima era conhecida pelas forças de segurança por conta da sua ligação com o tráfico de drogas e por participar de uma organização criminosa de abrangência nacional.
O inquérito apontou que na noite do crime o suspeito preso e o adolescente de 17 anos saíram em uma moto pelas ruas da cidade para cumprir uma ordem de matar o maior número de membros da facção rival.
A investigação apontou que a vítima supostamente já tinha ameaçado o adolescente e por isso o menor fez questão de erguer o capacete para mostrar que seria o responsável pela morte. Em seguida fez os disparos contra a cabeça de Leonardo.
Dias depois, quando já estava sendo monitorado pela Polícia Civil, o adolescente postou uma mensagem de arrependimento em uma rede social: “Eu prometi. Já não aguento mais. Eu só queria ser feliz. Me perdoa, meu Deus. Derramei um sangue inocente. Tira essa maldade de mim, por favor.”
O adolescente também foi identificado e ao final do inquérito a polícia encaminhará as informações para a Delegacia Especializada da Criança e do Adolescente (DECA) para apuração da conduta.
FONTE: G1 TOCANTINS