A ação da Casas Bahia opera em forte e teve a segunda maior alta entre todos os papeis negociados no Ibovespa nesta segunda-feira, após a companhia anunciar acordo com os principais credores para uma recuperação extrajudicial.
A ação da varejista sobe mais de 17,8%, enquanto a Bolsa de Valores avança 0,19%, aos 126 mil, 771 pontos. O plano de recuperação extrajudicial prevê a reestruturação de mais de quatro bilhões de reais em dívidas. Os principais credores são o Banco do Brasil e o Bradesco.
O valor principal da dívida não será alterado, mas agora a empresa poderá realizar o pagamento em até 6 anos e terá direito a uma renegociação dos juros pagos. Antes, a dívida deveria ser paga em um período de 22 meses e tinha uma taxa de juros um vírgula cinco por cento maior que as novas taxas acordadas.
Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter em ações parte dos créditos com a empresa. Esse plano de recuperação extrajudicial surge em complemento a um plano de transformação anunciado em agosto do ano passado. A reestruturação da empresa previa o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários.
Com a reestruturação da dívida, a Casas Bahia espera ter uma melhora de mais de quatro bilhões de reais no fluxo de caixa dos próximos quatro anos. Em teleconferência nesta segunda, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, disse que a empresa tem consciência dos desafios que terá que enfrentar, mas acredita que o apoio dos bancos credores vai ajudar a colocar o foco apenas na reestruturação operacional.
O plano de recuperação tem o apoio da maior parte dos credores, mas ainda precisa ser homologado pela Justiça. A Justiça tem sete dias para se pronunciar e 30 dias para a homologação, mas o prazo pode chegar a até 60 dias.