24 de novembro de 2024 - 03:58
Economia Brasil

Endividamento das famílias brasileiras recua pelo segundo mês consecutivo, mas inadimplência segue estável

Inadimplência se mantém no mesmo patamar há 3 meses.

A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que o endividamento das famílias brasileiras apresentou queda pelo segundo mês consecutivo. Em agosto, o percentual de famílias com dívidas a vencer recuou para 78%, uma leve redução em comparação aos 78,5% de julho, porém, ainda superior aos 77,4% registrados no mesmo mês do ano passado.

De acordo com a CNC, essa redução reflete um comportamento mais cauteloso em relação ao uso de crédito. No entanto, o número de famílias que se declararam “muito endividadas” subiu para 16,8%. Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a economia brasileira ainda enfrenta desafios, mesmo com o crescimento de 1,4% do PIB no segundo trimestre de 2024. Ele alerta que o cenário de juros elevados e a recuperação econômica lenta mantêm incertezas, o que pode impactar o consumo e a retomada do crescimento.

Inadimplência estabilizada

Já o índice de inadimplência, ou seja, famílias com dívidas em atraso, permaneceu estável em 28,8% pelo terceiro mês consecutivo. Contudo, a quantidade de famílias que não conseguem pagar suas dívidas atrasadas subiu para 12,1%, evidenciando que, apesar da estabilização nas contas em atraso, as dificuldades financeiras continuam presentes. O percentual de dívidas vencidas há mais de 90 dias também atingiu 48,6%, o maior desde março de 2020.

Para o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, mesmo com a queda do endividamento, o comprometimento da renda familiar com o pagamento de dívidas segue alto, atingindo 29,6% em agosto. “As famílias estão tentando equilibrar suas finanças, alongando prazos de pagamento, mas ainda enfrentam os impactos dos juros elevados”, destacou Tavares.

Outro dado preocupante é que 19,9% das famílias possuem mais da metade de sua renda comprometida com dívidas, o maior percentual desde junho de 2024. A expectativa da CNC é de que o endividamento volte a subir no último trimestre do ano, com a inadimplência podendo alcançar 29,5% até dezembro.

Entre as principais modalidades de crédito, o cartão de crédito segue liderando, com 85,7% de participação entre os endividados, embora tenha havido uma pequena redução em relação ao mês anterior. Já o crédito pessoal se destacou com um aumento, impulsionado pela queda recente das taxas de juros.

O estado do Rio Grande do Sul, afetado por enchentes em maio, apresentou o maior índice de endividamento, com 92,9% das famílias relatando dívidas, o maior percentual desde outubro de 2023. Além disso, 39,1% das famílias gaúchas possuem contas em atraso, o maior índice desde dezembro do ano passado.

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Brasil , Destaques , Economia

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