
O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito nesta quinta-feira (8) como o novo papa da Igreja Católica. O anúncio foi feito pelo Vaticano após o fim do conclave. Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Prevost fez história ao se tornar o primeiro papa norte-americano. Ele escolheu o nome Leão XIV para seu pontificado.
A eleição foi definida com pelo menos 89 votos dos 133 cardeais eleitores — número que representa os dois terços exigidos. Prevost tem dupla nacionalidade, americana e peruana, e é também o primeiro pontífice da Ordem de Santo Agostinho.

Em sua primeira aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro, Leão XIV saudou os fiéis com uma mensagem de paz.
— “A paz esteja com todos vocês. Quero que essa saudação de paz entre no coração de vocês, a todas as pessoas. Deus ama a todos, e o mal não prevalecerá.”
Em seu pronunciamento, o novo papa homenageou seu antecessor:
— “Quero prosseguir com a bênção do papa Francisco. Sou um filho de Santo Agostinho. Um agostiniano.”
Durante o discurso, ele também falou em espanhol, agradecendo pelo tempo que passou como bispo em Chiclayo, no Peru, onde atuou por quase uma década. Ele encerrou a fala com a oração da Ave Maria, sob aplausos da multidão.
Quem é o novo papa

Nascido em 14 de setembro de 1955, em Chicago, Robert Francis Prevost ingressou na vida religiosa aos 22 anos, na Ordem de Santo Agostinho. Foi ordenado padre em 1982 e, dois anos depois, iniciou sua missão no Peru, atuando nas cidades de Piura e Trujillo até o final dos anos 1990.
Formado em teologia pela União Teológica Católica de Chicago, Prevost também é doutor em direito canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma. Ele se destacou por seu perfil discreto, voz serena e atuação pastoral voltada à justiça social. Durante o regime autoritário de Alberto Fujimori, no Peru, chegou a cobrar desculpas públicas pelas violações de direitos humanos cometidas no país.
Em 2014, o papa Francisco o nomeou administrador apostólico da Diocese de Chiclayo, onde foi ordenado bispo e permaneceu por nove anos. Em 2023, assumiu o comando do Dicastério para os Bispos, responsável pela nomeação episcopal no mundo todo, e também da Pontifícia Comissão para a América Latina.
No entanto, sua trajetória também enfrentou controvérsias. Em 2023, três mulheres o acusaram de ter demorado a agir em casos de abusos sexuais cometidos por padres durante sua gestão no Peru. A diocese negou qualquer omissão e afirmou que ele seguiu os trâmites canônicos. O Vaticano ainda analisa o caso.
Leão XIV foi nomeado cardeal há menos de dois anos, o que torna sua eleição algo raro na história moderna da Igreja. Com perfil reformista, é considerado próximo da linha progressista defendida por Francisco.
Como foi o conclave
O conclave teve início na quarta-feira (7), com a participação de 133 cardeais — sete deles brasileiros. As primeiras três votações, entre quarta e a manhã de quinta, resultaram em fumaça preta. A definição veio por volta das 13h07 (horário de Brasília) desta quinta, com a fumaça branca sinalizando que o novo papa havia sido escolhido.
Por: Warley Costa | Portal Imediato.