Em Palmas dois faccionados foram indiciados sob acusação de participação em um homicídio

O crime ocorreu na madrugada do dia 9 de maio após a vítima sofrer uma emboscada
Veículo utilizado na execução da vítima foi apreendido com a dupla e mais três comparsas - Foto: Vania Machado/Governo do Tocantins
Veículo utilizado na execução da vítima foi apreendido com a dupla e mais três comparsas
Foto: Vania Machado/Governo do Tocantins

A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 1ª DHPP – Palmas, indiciou dois faccionados pelo homicídio do motoboy Ayrton Evangelista de Araújo, que ocorreu em Palmas no dia 9 de maio deste ano. O inquérito policial será encaminhado ao Ministério Público do Tocantins e ao Poder Judiciário para que sejam tomadas as medidas necessárias.

Esses dois indivíduos, ambos com 21 anos de idade, já se encontram presos na Unidade Prisional de Palmas desde o dia 12 de maio. Eles foram detidos pela Guarda Metropolitana de Palmas após serem flagrados com um veículo roubado e armas de fogo. Na ocasião, eles e mais três indivíduos foram conduzidos à 1ª Central de Atendimento da Polícia Civil, onde o delegado plantonista os autuou e prendeu pelo porte ilegal de arma de fogo, receptação e organização criminosa.

Armas no interior do veículo durante a vistoria da Guarda Metropolitana – Divulgação PC-TO

O delegado Eduardo Menezes, responsável pelo inquérito policial, destaca que a investigação iniciou logo após o crime, com a análise das câmeras de segurança do estabelecimento comercial onde a vítima trabalhava, bem como dos imóveis circunvizinhos. “Por meio das imagens, conseguimos identificar os veículos usados na emboscada feita para a vítima, que são os mesmos apreendidos com os criminosos, durante a abordagem da Guarda Metropolitana. Dos cinco presos, identificamos que dois deles são os mesmos que estão a bordo do automóvel usado no crime, o que confirma a participação deles”, explica a autoridade policial.

O delegado responsável considera que o indiciamento contribui para manter ambos os suspeitos presos, impedindo assim a ocorrência de novos homicídios em Palmas. Isso ocorre porque a função da dupla é executar desafetos da facção criminosa à qual pertencem.

Durante a abordagem, realizada três dias após o crime, o grupo estava com cinco armas de fogo e munições – Divulgação PC-TO

Crime e investigação

De acordo com as investigações, Ayrton foi vítima de uma emboscada na noite do dia 8 de maio, por volta das 23h20, enquanto trabalhava em uma pizzaria localizada no plano diretor sul de Palmas. Os criminosos chegaram ao local em uma motocicleta e um automóvel (que havia sido furtado), sendo que os primeiros verificaram a presença da vítima e se dirigiram à alameda nos fundos do estabelecimento comercial. Já os ocupantes do carro, que foram indiciados hoje, desceram do veículo e compraram uma pizza, com o objetivo de observar o momento exato em que Ayrton sairia do trabalho.

Após deixar o estabelecimento por volta da meia-noite, acompanhado por um colega de trabalho, cada um em sua motocicleta, Ayrton seguiu para a casa do amigo para pegar um capacete. Durante o trajeto, o amigo percebeu que estavam sendo seguidos e alertou Ayrton, que acabou sendo morto por disparos de arma de fogo após a meia-noite, já no dia 9 de maio. Os tiros foram efetuados pelo passageiro da motocicleta, que participou da emboscada.

Imagens das câmeras de segurança próximas à casa do amigo de Ayrton mostram o momento em que os criminosos dispararam três vezes na tentativa de parar a vítima enquanto ela ainda estava em sua motocicleta. Em seguida, mais três disparos foram efetuados, atingindo Ayrton e fazendo com que ele perdesse o equilíbrio e caísse da motocicleta. Já no chão e sem condições de se defender, a vítima foi atingida por mais três disparos, vindo a falecer no local.

Nos áudios das gravações, é possível ouvir a vítima suplicando pela vida, com gritos de ‘Para, eu tô trabalhando’, ‘Socorro, eu tô trabalhando, mano’.

Aparato organizacional

O delegado Eduardo Menezes destaca que o nível de organização dos criminosos chamou atenção dos investigadores. “O aparato criminoso montado, composto por quatro marginais, dois veículos posicionados em locais distintos e até a compra de uma pizza no estabelecimento para constatar a presença do alvo, evidencia o estágio de preparo dos criminosos para prática de delitos. Eles usaram desse subterfúgio, inclusive, para se manter sentados à mesa e ter tempo para constatar a presença do alvo sem levantar suspeitas. A dupla de criminosos chega a interagir com o garçom do estabelecimento pedindo a senha do wi-fi”, destaca.

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