24 de novembro de 2024 - 04:46
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Operação Gotham City prende suspeitos de integrar facção criminosa e praticar série de assassinatos em Palmas

Os mandados de prisão foram cumpridos, no âmbito da 4ª fase da Operação Gotham City, da 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP - Palmas).
Foto: Larissa MendesDelegado Eduardo Menezes

Treze mandados de prisão preventiva foram cumpridos na manhã desta terça-feira (03), no Jardim Aureny IV e na Unidade Penal de Palmas, em desfavor de 13 faccionados membros de uma organização carioca de renome nacional, investigados por envolvimento em diversos homicídios ocorridos no primeiro semestre de 2023, em Palmas.

Os mandados de prisão foram cumpridos, no âmbito da 4ª fase da Operação Gotham City, da 1ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP – Palmas).

“As lideranças foram presas, os números foram caindo ao ponto de não registrarmos nenhum homicídio em Palmas no mês de janeiro. No ano passado, só em maio foram 25 homicídios em Palmas. Esse ano foram 25 homicídios, apenas seis ligados à disputa de poder de facção”, destacou o secretário da Segurança Pública do Tocantins, Wlademir Mota Oliveira.

Crime alvo da 4ª fase
Os treze alvos da 4ª fase da operação estão ligados à morte de Ayrton Evangelista de Araújo, motoboy que foi morto no dia 8 de maio, após sofrer uma emboscada no local de trabalho, uma pizzaria no plano diretor sul da Capital.

Dois dos suspeitos foram os responsáveis por certificar se o motoboy estava trabalhando. Outros dois, a bordo de uma motocicleta perseguiram a vítima após o expediente, sendo um deles, identificado pelas iniciais M.S.S., responsável pelos disparos que levaram Ayrton a óbito.

O mesmo M.S.S. foi morto por membros da facção rival, no dia 15 de setembro do ano passado, em Gurupi, após fugir das dependências do Centro de Internação Provisória da Região Sul (CEIP/SUL), onde cumpria medida socioeducativa de internação.

A investigação mostrou ainda que outros dez faccionados também tiveram envolvimento no crime.
Para eles, Ayrton era autor do homicídio de Leonardo Gomes Zapani, membro da facção carioca, morto na tarde do dia 8 de maio, por um indivíduo a bordo de uma motocicleta, no Jardim Aureny I.

“Eles se mobilizaram para identificar quem foi o autor e aí eles identificaram que um dos suspeitos era o Ayrton. Começaram, então, a se comportar como se fossem investigadores, recorrendo a câmeras de segurança, pegando informações com pessoas. Até a análise do local do crime eles foram fazer. Diante do que colheram, decretaram a morte do Ayrton, consumando o crime na noite do mesmo dia”, destacou o delegado Eduardo.

Autor intelectual
Durante o primeiro semestre de 2023 ocorreram mais de 90 homicídios em Palmas, grande maioria em decorrência da disputa de poder em duas facções de renome nacional.

As investigações apontaram que a onda de crimes teve início quando Dad Charada, que era membro de uma pequena facção goiana aliada a uma grande facção paulista com atuação em todo o território nacional resolveu, em 2023, deixar sua facção e se aliar à facção carioca, também com atuação em todo o país.

Luxúria, que era um dos líderes da facção carioca, apoiou a vinda de Dad Charada para a organização, iniciando assim, um plano de mortes tendo como alvos integrantes da facção paulista.

O minucioso trabalho investigativo evidenciou a efetiva participação de Luxúria nos crimes cometidos.
“Luxúria é a grande liderança responsável por financiar a guerra com o dinheiro oriundo da venda de drogas que ele gerenciava no Mato Grosso e aqui no Tocantins. Ele alimentava os soldados com muitas armas e munições”, destacou o delegado. Atualmente, Luxúria encontra-se preso na Unidade Penal de Palmas.

Ao longo da investigação, a DHPP se deparou com dois grupos de aplicativo de mensagens, nos quais os integrantes organizavam a logística dos homicídios, comemoravam o sucesso das empreitadas criminosas e debochavam das vítimas. “Estamos há oito meses analisando, ininterruptamente, dois grupos de whatsapp criados pela facção carioca, no qual planejavam os homicídios. Essa análise nos permitiu ver como eles agiam nesses crimes. Os soldados eram orientados a baixar aplicativos de geolocalização porque alguns aplicativos mostram onde viaturas estão posicionadas. Eles estavam focados em cometer o maior número de homicídios possível. Com total desrespeito à vida humana, eles faziam questão de postar vídeos nas redes sociais em perfis fakes criados por eles”, finalizou o delegado.

Outros homicídios
Além de Ayrton, durante a coletiva, foram lidos os nomes de mais 20 vítimas de homicídios, cujos autores estão sendo identificados ao longo das investigações. As vítimas são: Pedro Duarte e Silva, Kauã Vinícius Lobo Rodrigues, Marcos Douglas Gomes Freitas, Marcos Vitor Elias Ribeiro, Wender Carvalho Borges, Victor Gabriel Alves Saraiva dos Santos, Clevis Passos Nunes, Artur Uchôa de Matos, Wewerton Rodrigues Lima, Geferson Rodrigues Lima, Aladione Araújo, Jardel Rodrigues Pereira, Ikaro Felipe Santos de Sousa, Ricardo Barra Guimarães, Wesley Dias Carvalho, Evaldo Rodrigues de Freitas Neto, Diuliam Marinho Fernandes, Ronildo Alves Dias, Carlos André Costa Martins e Leandro Ribeiro Nogueira.

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