A mãe de um adolescente que atacou seus colegas de escola com tiros de forma aleatória e matou quatro pessoas nos Estados Unidos foi condenada por homicídio culposo nesta terça-feira (6) por ter dado a arma do crime para o jovem, que é menor de 18 anos. Na época do crime, o filho tinha 15 anos e mesmo assim ganhou uma pistola de presente de Natal.
A mulher deu a arma de presente mesmo sabendo que havia sinais que indicavam que o filho podia ser violento, segundo os promotores.
Ela foi condenada por quatro homicídios culposos, ou seja, sem intenção de matar.
Segundo veículos de imprensa dos EUA, essa é a primeira vez que os responsáveis por um adolescente que matou colegas é condenado por homicídio.
Entenda a história
Em 30 de novembro de 2021, os pais de um adolescente foram chamados na escola do filho, na cidade de Oxford Township, no estado do Michigan. Uma professora encontrou um desenho com imagens de violência na carteira escolar do aluno.
A professora pediu para que os pais fossem até a escola, mostrou o desenho e pediu para que o casal buscasse ajuda especializada para o adolescente.
Os pais foram orientados a levar o filho para casa imediatamente, mas eles não quiseram fazer isso, e o estudante voltou para a sala de aula.
Um pouco mais tarde, o adolescente foi ao banheiro com a mochila e saiu de lá atirando com uma SIG Sauer 9mm.
Pistola foi presente de Natal
A mãe do adolescente é Jennifer Crumbley, de 45 anos. Ela e o pai, James, foram acusados de homicídio culposo (ou seja, aquele no qual o acusado não tinha intenção de matar).
Os pais foram acusados por terem comprado a pistola SIG Sauer 9mm usada no crime, mesmo tendo sido avisados de que o filho tinha problemas mentais.
James Crumbley, o pai, deve ser julgado em separado, no mês de março.
A mãe disse que quem comprou a arma foi o marido, que deu a pistola como presente de Natal antecipado ao filho dias antes do ataque. O pai também levou o adolescente a um “stand” de tiro.
A mulher falou que o marido era o encarregado de guardar a arma em casa, e que o adolescente só estava autorizado pelos pais a usar a pistola no “stand” de tiro.
Promotora quer condenação por quatro homicídios
A promotora do caso pediu para os jurados condenarem Jennifer por quatro casos de homicídio culposo (foram quatro vítimas na escola).
Antes da condenação, a advogada de defesa, Shannon Smith, afirmou que que Jennifer não pode ser acusada pelos atos de seu filho problemático.
“Ninguém poderia imaginar isso. Cada pai pode realmente ser responsabilizado por tudo o que seus filhos fazem?”, perguntou a advogada aos jurados.