Amélio Cayres (Republicanos) foi reeleito presidente da Assembleia Legislativa do Tocantins na noite da última sexta-feira (29) de novembro, em um pleito que contou com o forte apoio do Palácio Araguaia e aconteceu sem adversários diretos. Esta é a terceira eleição consecutiva que Amélio vence, consolidando sua liderança após uma série de reviravoltas jurídicas que marcaram sua trajetória no comando da Casa.
A primeira eleição ocorreu em fevereiro de 2023, quando Amélio assumiu a presidência para o biênio 2023-2024. Em junho, uma nova disputa foi realizada após uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou a eleição que havia colocado Léo Barbosa, filho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), à frente da Assembleia para o biênio 2025-2026. A eleição de novembro foi antecipada, evitando uma possível anulação da última disputa, que também seria analisada pelo STF.
Sem Concorrentes Diretos e Com Apoio do Governo
Com o apoio maciço do governo estadual, Amélio eliminou qualquer oposição interna. O deputado Eduardo do Dertins (Cidadania), que tentou construir uma candidatura contra o presidente, não só desistiu de concorrer como também votou na reeleição de Amélio. O pleito teve 23 votos favoráveis ao presidente reeleito, enquanto Júnior Geo (PSDB), que manteve uma postura de independência, não compareceu à sessão. A nova composição da mesa diretora ficou da seguinte forma:
- Presidente: Amélio Cayres
- 1º Vice-presidente: Léo Barbosa
- 2º Vice-presidente: Cleiton Cardoso (Republicanos)
- 1º Secretário: Vilmar de Oliveira (SD)
- 2ª Secretária: Janad Valcari (PL)
- 3º Secretário: Luciano Oliveira (PSD)
- 4º Secretário: Marcus Marcelo (PL)
Alterações na Composição da Mesa
Em comparação com a eleição de junho, houve mudanças significativas na composição da mesa. Vanda Monteiro (UB), Moisemar Marinho (PSB) e Jair Farias (UB) perderam seus cargos, substituídos por Cleiton Cardoso, Janad Valcari e Marcus Marcelo, respectivamente.
Controvérsias Jurídicas e Críticas ao Processo
A reeleição de Amélio não passou sem críticas. O PSB, liderado por Carlos Amastha, já anunciou que entrará com uma ação judicial contra o resultado da eleição, alegando que o direito dos deputados eleitos em junho foi desrespeitado. Amastha afirmou que a decisão de realizar uma nova eleição favoreceu apenas um parlamentar e não teve uma justificativa legal adequada.
Juristas também questionam a validade da nova eleição. O jurista Márlon Reis, por exemplo, afirmou que a realização de uma terceira eleição consecutiva para a presidência pode violar decisões anteriores do STF. Ele argumenta que, sem a revogação judicial da votação anterior, a eleição de novembro não deveria ter ocorrido.
Por outro lado, defensores do processo, como os advogados João Benício Aguiar e João Pedro Mello, destacam que a Assembleia apenas cumpriu uma ordem judicial ao revogar a eleição anterior, demonstrando maturidade institucional e respeito à Justiça.
Planos para o Futuro e Avanços na Gestão
Após sua reeleição, Amélio ressaltou os avanços alcançados durante sua gestão, incluindo a ampliação da Assembleia, que está em construção, e o concurso público, esperado há mais de 15 anos. O presidente também falou sobre o crescimento da Escola do Legislativo e o aumento das oportunidades de qualificação para a população.
Em nota, o governador Wanderlei Barbosa parabenizou Amélio pela vitória, destacando a importância do diálogo entre os Poderes Legislativo e Executivo. Segundo o governador, a reeleição de Amélio representa uma demonstração de maturidade e bom senso, e a parceria entre os dois poderes seguirá em busca de melhorias para o estado.
Apesar do fortalecimento de sua liderança, a eleição de Amélio segue gerando controvérsias e pode resultar em novos embates jurídicos, mantendo a tensão política em torno do comando da Assembleia Legislativa do Tocantins.
