No Dia Mundial do Orgasmo, celebrado nesta quarta-feira (31), é crucial entender que ejaculação e orgasmo, embora geralmente associados, não são sinônimos. O médico Luiz Otavio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), esclarece essa diferença importante.
Torres explica que a ejaculação é a saída do esperma, enquanto o orgasmo é a sensação de prazer. “No homem, esses dois eventos geralmente ocorrem juntos, mas não necessariamente”, afirma. Em algumas culturas, por motivos religiosos, homens desenvolveram técnicas para alcançar o orgasmo sem ejacular, reservando a ejaculação apenas para a procriação.
Outro exemplo é o dos homens que passaram por cirurgia de câncer de próstata, onde a próstata e as vesículas seminais são removidas. “Daquilo que a gente ejacula, 96% vêm da próstata e 4% das vesículas seminais. Após a cirurgia, o homem não produz mais esperma, mas ainda pode sentir orgasmo”, explica Torres.
Há também casos de ejaculação retrógrada, causada por medicamentos, onde o esperma é direcionado para a bexiga em vez de ser expelido. Esse fenômeno não apresenta riscos, pois o sêmen é eliminado na urina.
Esses exemplos demonstram que o prazer (orgasmo) pode ser separado da ejaculação. “A saída do esperma serve para a reprodução. A sensação do orgasmo é o prazer. Muitos homens não sabem que são dois fenômenos distintos”, destaca Torres.
Desinformação e Saúde Sexual
A psiquiatra Carmita Abdo, professora do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), enfatiza que o Dia Mundial do Orgasmo é uma oportunidade para refletir sobre a saúde sexual masculina, frequentemente cercada por mitos e desinformação.
Abdo explica que o orgasmo e a ejaculação geralmente marcam o clímax do ato sexual quando ocorre satisfação completa. No entanto, fatores emocionais podem impedir essa conclusão. “Fisicamente, nada impede que o homem continue tendo orgasmo, pois é um processo cerebral. A perda da capacidade de produzir esperma não afeta a sensação de prazer”, afirma.
Ela também aborda a ejaculação precoce, uma das disfunções sexuais mais comuns, afetando 20% a 30% dos homens. “A ejaculação precoce pode ocorrer logo após a penetração ou até antes do contato sexual completo”, explica Abdo, destacando que essa condição pode ser muito séria e impactar significativamente a qualidade de vida.
Tratamento e Esperança
A boa notícia é que a ejaculação precoce tem tratamento. “Essa condição requer terapia sexual e, em muitos casos, tratamento medicamentoso”, informa Abdo, trazendo uma mensagem de esperança para aqueles que sofrem com essa disfunção.
No Dia Mundial do Orgasmo, é essencial promover a educação e a conscientização sobre a saúde sexual masculina, destacando que prazer e ejaculação não são sinônimos e que é possível alcançar uma vida sexual satisfatória com o tratamento adequado.
