Waldemar Moura de Carvalho, mais conhecido como Antista do Acordeon, faleceu nesta quinta-feira (03), aos 75 anos, em Paraíso do Tocantins. Considerado um dos maiores sanfoneiros da região, Antista deixa um legado de mais de 40 anos dedicados ao forró e à cultura nordestina, especialmente no Tocantins, estado que adotou como sua terra natal. O sepultamento aconteceu na manhã desta sexta-feira (04), no Cemitério de Cristalândia, sua cidade natal.
Raízes e trajetória musical
Nascido em Cristino Castro, no Piauí, Antista começou sua carreira musical ainda na infância. Em 1967, aos 18 anos, mudou-se para o que viria a ser o estado do Tocantins, inicialmente para Ponte Alta, e depois passou por diversas cidades da região, como Porto Nacional, Natividade, Dianópolis, Paraíso e Palmas. Também viveu em Goiânia (GO), São Paulo (SP) e Balsas (MA). Em entrevista ao Jornal do Tocantins em 2014, Antista declarou seu carinho pelo estado que escolheu para morar: “Considero o Tocantins a minha terra natal. O povo daqui é muito solidário comigo e sou mais conhecido aqui do que em outros lugares”, afirmou.
Legado e reconhecimento
Filho e neto de sanfoneiros, Antista foi profundamente influenciado pela música nordestina e, durante sua carreira, lançou três álbuns. Além disso, teve a honra de dividir palco com gigantes da música brasileira, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Oswaldinho do Acordeon. Sua sanfona deixou uma marca indelével no cenário musical, principalmente no Tocantins, onde se tornou um ícone do forró pé de serra.
O músico Chico Chokolate, que iniciou sua carreira com o apoio de Antista nos anos 80, lembrou-se dele como um grande mestre: “Ele me ensinou sobre cidadania e responsabilidade. Fizemos muitos trabalhos juntos, e sua orientação foi fundamental para minha trajetória”, disse Chico. Manoel Braga, amigo de longa data de Antista, também destacou sua importância como mentor e amigo. “Ele foi o grande exemplo para muitos músicos iniciantes. Só tenho boas lembranças dele, e o forró de qualidade ficará eternamente associado ao seu nome”, afirmou Braga.
Homenagens e reconhecimento
A perda de Antista do Acordeon deixou uma grande tristeza entre amigos e admiradores. O secretário da Cultura do Tocantins, Tião Pinheiro, ressaltou a importância do músico para a cultura do estado: “Antista foi uma referência para várias gerações. Sua música, sua humanidade e seu legado artístico permanecerão vivos em nossa memória”, declarou Pinheiro.
Paulo Mourão, amigo de Antista, também expressou seu pesar: “Cala-se a voz mais expressiva do forró, xote e baião. A saudade de tantos momentos alegres que compartilhamos com esse grandioso talento será eterna”, disse Mourão.
Despedida
Antista do Acordeon deixa a esposa Maria Aparecida e sete filhos: Glaudiston, Vinícius, Murilo, Milena, Maurício, Antistanes e João Francisco (in memoriam). O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), se solidariza com a família e amigos neste momento de dor e reafirma a importância do músico para a cultura tocantinense e nordestina.