
O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi flagrado em conversas telefônicas vazando informações confidenciais sobre investigações em andamento no Superior Tribunal de Justiça (STJ), segundo revelou a Polícia Federal. Em diálogos gravados, o prefeito menciona ter uma fonte dentro do tribunal, que recebia pagamento para repassar dados sobre operações da PF e ações contra autoridades do Tocantins.
“Aqui vão dançar dois juízes e pelo menos três advogados”, afirmou Siqueira a um dos investigados, indicando conhecimento prévio de ações da Justiça que ainda não haviam sido tornadas públicas. Ele também mencionou detalhes sobre uma investigação envolvendo Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador do Estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos), atualmente preso. “Seu caso lá em Brasília tá um pouco pior do que a gente pensava. Você está sendo investigado dentro daquele esquema”, relatou o prefeito.
Em outro trecho, Siqueira antecipa a data da operação da PF: “Não ia sair antes do recesso, viu? Só quando chegasse em agosto.”
PF realiza novas buscas nesta sexta-feira
Na manhã desta sexta-feira (30), a Polícia Federal cumpriu novas ordens de busca e apreensão em endereços de suspeitos de envolvimento com o esquema nacional de venda de sentenças judiciais e vazamento de informações sigilosas. O prefeito de Palmas foi um dos alvos: os agentes apreenderam o celular dele.
Pouco depois, no início da tarde, Eduardo Siqueira Campos concedeu entrevista à imprensa e negou ter acesso a qualquer informação privilegiada sobre operações policiais. “Não recebi nada de ninguém e não tenho relação com essas ações”, afirmou o prefeito, sem responder perguntas adicionais dos repórteres.
Pedido de prisão negado
Diante dos indícios de vazamento e obstrução de investigação, a PF solicitou ao ministro Cristiano Zanin, relator do inquérito sobre venda de sentenças no Judiciário tocantinense, a prisão e o afastamento do cargo de Eduardo Siqueira Campos. O ministro, no entanto, determinou apenas mandados de busca e apreensão.
Segundo a PF, o vazamento comprometeu a eficácia da operação, alertando alvos e dificultando o avanço das investigações.
Rede de espionagem e assassinato
Na mesma semana, a PF prendeu um grupo formado por militares da ativa e da reserva, suspeitos de integrar uma rede de espionagem e extermínio. O grupo é acusado de assassinar um advogado que teria papel-chave no esquema e mantinha uma tabela de preços para monitorar autoridades, segundo as investigações. Espionar um ministro do Supremo, por exemplo, custava cerca de R$ 250 mil.
Por: Warley Costa | Portal Imediato.