
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está investigando um possível caso de gripe aviária em Aguiarnópolis, no extremo norte do Tocantins. De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapec), aves com sinais de enfermidade foram detectadas durante uma inspeção rotineira em um abatedouro de frangos no dia 15 de maio.
As amostras foram colhidas no mesmo dia e encaminhadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) de Campinas (SP) para análise. Segundo o Mapa, a avaliação preliminar revelou a presença do vírus Influenza A, mas com baixa probabilidade de se tratar de uma amostra de alta patogenicidade, com base nas características clínicas e laboratoriais observadas.
Como medida preventiva, a propriedade foi interditada e teve a ficha sanitária bloqueada. Um lote de aproximadamente 40 mil aves foi isolado no abatedouro até que as investigações sejam concluídas. No início da tarde desta segunda-feira (19), a Adapec informou que o laudo preliminar descartou a presença dos vírus H5N1 e H7N9 — causadores da gripe aviária de alta patogenicidade — e confirmou a presença de influenza A de baixa patogenicidade.
O caso ocorre poucos dias após o Brasil confirmar o primeiro foco da gripe aviária em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. O país está em estado de emergência zoossanitária desde então, e medidas rigorosas de contenção foram ativadas.
Desde a chegada do vírus H5N1 ao Brasil, em 15 de maio de 2023, foram investigados 2.883 casos suspeitos de Síndrome Respiratória e Nervosa em aves. Destes, 166 foram confirmados como gripe aviária: 1 foco em granja comercial, 3 em criações de subsistência e 164 em aves silvestres.
Além do Tocantins, há investigações em curso em Ipumirim (SC), Salitre (CE) e Estância Velha (RS). Três casos foram descartados em Triunfo (RS), Graccho Cardoso (SE) e Nova Brasilândia (MT). Dois casos estão confirmados: um em Montenegro (RS), em granja comercial, e outro em Sapucaia do Sul (RS), onde cisnes morreram em um zoológico.
A Adapec reforçou que o consumo de carne e ovos segue seguro, pois a gripe aviária não é transmitida por alimentos. O risco de infecção em humanos é baixo e, geralmente, está restrito a pessoas com contato direto com aves doentes.
A agência informou ainda que todas as medidas de contenção previstas em protocolo foram acionadas, incluindo o bloqueio da propriedade, intensificação da fiscalização, vigilância ativa em criações comerciais e de subsistência, mapeamento de aves migratórias, educação sanitária e análises soroepidemiológicas.
“A detecção precoce e a ação eficiente dos técnicos garantiram o controle da situação”, destacou a Adapec em nota oficial, reforçando que a população pode ficar tranquila. “Todos os procedimentos sanitários estão sendo adotados com rigor e responsabilidade.”
Por: Warley Costa | Portal Imediato.