
Enquanto se preparava para fazer a entrada na formatura do ensino médio, o estudante Marcos Manduca Filho teve uma surpresa, que jamais será esquecida. O jovem perdeu o pai policial em 2019 e gostaria que ele estivesse presente naquele momento. Para representar o tenente Marcos Rogério Aires Manduca, militares do Bope apareceram de surpresa na cerimônia, atravessaram o corredor ao lado do menino e o abraçaram para desejar força e coragem nessa nova fase de vida.
O 2º tenente Marcos Rogério Aires Manduca, de 45 anos, foi assassinado com um tiro há quatro anos durante uma comemoração pelo Dia do Soldado. O homicídio aconteceu após uma discussão envolvendo outro militar. Marcos foi atingido por pelo menos dois disparos e chegou a ser levado para o Hospital Regional de Porto Nacional, mas não resistiu.
O subcomandante do Batalhão de Operações Especiais do Tocantins (BOPE), major Ranieri Ferreira do Amaral, relatou que o tenente Marcos havia feito parte da equipe do Bope. Antes de morrer, ele atuava no batalhão em Porto Nacional.
A ideia da homenagem foi da mãe do estudante. Ela entrou em contato com os militares e pediram para que eles fizessem a surpresa. A homenagem aconteceu no Colégio Militar do Tocantins, em Porto Nacional.
“O jovem tem um apreço grande pelo Bope porque o pai dele trabalhou aqui. Ele queria que o pai presenciasse aquele momento da formatura. Diante disso, como o pai não está mais aqui, foi pensado na possibilidade de os militares se fazerem presente para representá-lo”.

Nas imagens que circulam nas redes sociais, o estudante aparece com a beca de formatura, pronto para fazer a entrada na cerimônia de colação. A mestre de cerimônia relata parte da história envolvendo o pai o jovem. Em seguida, seis militares do Bope entram no salão, armados e com a farda.
O menino olha para trás e se emociona. Em seguida, ele atravessa o corredor, acompanhado pelos policiais. Ao final, eles abraçam o jovem e fazem a oração do Bope.
O vídeo foi compartilhado por vários perfis e acumula milhões de visualizações. Internautas também se emocionaram com a história.
O major Ranieri explicou que o Bope frequentemente é chamado para participar de eventos e que, por isso, não imaginava tamanha repercussão. Ele também disse que nem todos os militares que participaram da ação conheciam Marcos Manduca, mas se comoveram com a história.
“Tem militares que são novos, se formaram na última turma e fizeram o curso de operações. Mas há esse sentimento de apreço pela situação. O militar sente, nós pregamos a camaradagem, independente de ser amigo ou não, criamos laços grandes porque somos muito próximos”.
Bope
Atualmente, o Bope é composto por 43 militares que atuam em todo o estado. Eles são chamados para ocorrências mais complexas, que envolvem assalto a instituições financeiras, gerenciamento de crise, artefatos explosivos e ocorrências onde há necessidade de tiro de precisão. São casos que dependem de conhecimento específico, ressaltou o major.
“O Bope está à disposição da sociedade, se alguém quiser fazer contato, realizar visitas, o batalhão está de portas abertas para a comunidade”, finalizou o major Ranieri.