
Na correria do dia a dia, muita gente acaba deixando para abastecer o carro só quando a luz da reserva acende. Mas andar com o tanque quase vazio pode trazer mais dor de cabeça do que se imagina. O Departamento Estadual de Trânsito do Tocantins (Detran/TO) alerta que a prática, além de perigosa, pode causar danos no sistema do carro e até gerar multa e pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), caso o veículo pare por falta de combustível.
Pode danificar peças importantes
A bomba de combustível, responsável por levar a gasolina do tanque ao motor, é resfriada e lubrificada pelo próprio líquido. Quando o carro anda na reserva com frequência, essa peça trabalha quase seca, o que pode causar superaquecimento e, com o tempo, levá-la à queima. A substituição pode custar caro, dependendo do modelo do veículo.
Outro problema é a sujeira acumulada no fundo do tanque. Quando o nível de combustível está muito baixo, o carro pode puxar impurezas e resíduos de carbono. Essas partículas podem entupir o filtro e o sistema de alimentação do motor, afetando o desempenho e até provocando falhas mecânicas.
Segurança em risco
A direção e a frenagem também podem ser afetadas. Isso porque o motor, ao funcionar de forma irregular ou parar subitamente, compromete a resposta do veículo em situações de emergência. Parar de forma inesperada em uma via movimentada pode provocar acidentes, principalmente em rodovias e avenidas de tráfego intenso.
Multa e pontos por pane seca
Andar com o carro na reserva não é uma infração de trânsito. No entanto, se o veículo parar por falta de combustível — a chamada pane seca — o motorista comete infração média, conforme o artigo 180 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A penalidade é de R$ 130,16 e 4 pontos na CNH.
“É uma infração considerada evitável. Basta atenção do condutor aos sinais do painel. Muitos acidentes e transtornos no trânsito podem ser evitados com o simples hábito de manter o tanque abastecido”, alerta o Detran/TO.
Quantos quilômetros dá pra rodar na reserva?
Depende do carro. A autonomia média varia de 30 a 60 quilômetros, mas fatores como modelo, peso do veículo, uso do ar-condicionado, calibragem dos pneus e tipo de via podem influenciar esse número. Em geral, a reserva representa de 5% a 10% da capacidade total do tanque, que costuma variar entre 40 e 60 litros.
Carros mais econômicos, como hatchs 1.0, costumam ter maior autonomia mesmo na reserva. Já veículos maiores, SUVs e caminhonetes, consomem mais e têm tanques maiores, o que reduz a margem de segurança.
Dica: consulte o manual
O Detran/TO orienta os motoristas a conhecerem bem o próprio carro. O manual do veículo informa a capacidade do tanque, o volume da reserva e até a média de consumo. Estar atento a esses detalhes pode evitar panes inesperadas e prejuízos no bolso.
Por: Warley Costa | Portal Imediato.